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INSTITUCIONAL | 30.05.2017 | Publicado por COMUNICAÇÃO ASA

Conheça a nova presidente da ASA

Em 18 de abril reuniram-se, em Assembleia Ordinária, os associados da ASA para eleger os Conselhos de Administração e Fiscal.
Os novos conselheiros assumem a gestão com o desafio de dar continuidade ao trabalho de excelência realizado, buscando inovações com transparência e profissionalismo. Na ocasião, a Presidente do Conselho eleita, Maria Estela Penteado Cardoso, conhecida como Teli, dirigiu-se aos presentes falando de sua emoção em ocupar este cargo. Conheça um pouco sobre a Teli através das palavras ditas por ela durante a cerimônia: “Prezados associados, conselheiros eternos e novos, funcionários da ASA, amigos desta casa, minha família, A minha fala é emocional. Emocional porque nada justifica ou explica um trabalho social voluntário, senão o coração. Ao comentar com amigos sobre a minha decisão em aceitar este honroso cargo, fui chamada de insensata, maluca. Acho ser esta uma reação compreensível, pois no momento em que a vida lhe permite gozar de uma aposentadoria sem preocupações, com tempo para curtir a família, a delícia de estar com os netos, as viagens, os amigos, por que buscar mais trabalho? E me pergunto: se Deus me deu tudo isso, como dizer não a esse convite? Some-se a isso o ambiente familiar e escolar no qual fui criada, ambiente este que muito abraçou as causas sociais e o voluntariado. O Cepim e o Arrastão da tia Glorinha e da mamãe, a Fundação Santa Cruz e o sindicato com meu pai, as festas da Pipoca, os bazares e os eventos da ASA com minha mãe já conselheira desta casa. Lembro-me, também, das visitas ao antigo hospital LBA, hoje Darcy Vargas, com colegas do Nossa Senhora do Morumbi. Lá íamos, acompanhadas pela madre Isabel Sofia, para brincar com as crianças internadas. Foi nesta época que a semente do bem-querer e do doar foi plantada. Agradeço a você, meu pai, aqui presente, e as cônegas de Santo Agostinho por me proporcionarem esta formação de olhar e amar o próximo de maneira tão verdadeira. E agora, que esta semente germina, que tenho disposição e saúde, como dizer não a este chamado? Minha relação com a ASA foi retomada há 13 anos, quando bati nesta porta pedindo à Manei a oportunidade de iniciar um projeto de ensino de inglês para os jovens dos Recantos, com aulas ministradas por voluntários. É o Projeto Efall, English for All, pelo qual sou responsável, que se solidificou e atualmente tem 6 organizações parceiras com 24 volunteachers, beneficiando 300 alunos. Percebi, nesta ocasião, que a ASA estava aberta a novas ideias, a projetos sustentáveis que engajam alunos e voluntários. Sou professora e aqui pude pôr em prática minha crença de educadora. Educar, para mim, é transformar o aluno, é gerar autonomia, respeitando as competências individuais, para que ele esteja pronto a fazer suas escolhas e buscar a realização de seus sonhos. É dar acesso ao saber, para que as oportunidades possam ser avaliadas e abraçadas com dignidade e liberdade. A nossa ASA promove esta transformação, ela dá asas para que seus atendidos, um dia, voem alto, muito alto! Identifiquei-me com seus conceitos e visão de mundo! Foi então, há 3 anos, que me juntei ao grupo de conselheiros e pude conhecer e me aprofundar em seus ideais, missão e gestão.
E agora, o que assumo?Uma organização com 75 anos, sólida, bem estruturada, com patrimônio financeiro preservado e com muita credibilidade. São 235 funcionários, mais de 100 voluntários, distribuídos em 14 unidades que prestam atendimento a 1426 assistidos, sendo 836 crianças de 0 a 6 anos, 560 de 7 a 14 e 30 idosos. Estes privilegiados cidadãos recebem educação complementar, alimento, cuidados e, acima de tudo, muito amor. A ASA não parou: se adequou à demanda de um terceiro setor moderno que valoriza as parcerias, buscou consultorias externas para atualizar suas práticas pedagógicas e de gestão administrativa. E aqui, faço uma pausa e olho para você, Manei: busco nos seus 18 anos de presidência, o exemplo de dedicação, de comprometimento e de eterna abertura para seguir os preceitos da missão desta associação. Você é abençoada e eu jamais poderia deixar seu legado sem uma diretriz, sem continuidade. Só podemos, neste momento, reconhecer e agradecer tamanho amor, mas não pense que você vai se livrar de mim. Sua vivência e seu conhecimento desta obra serão indispensáveis para todos nós que agora ocupamos a direção e o conselho. Assumo este cargo lembrando da música do Gonzaguinha “… cantar e cantar a alegria de ser um eterno aprendiz”. Para isso, conto com este seleto grupo de 5 conselheiros fiscais e 21 conselheiros administrativos, alguns novos, outros que permanecem no cargo.  Vocês, queridos conselheiros, são cidadãos diferenciados: sua generosidade, sua relação com aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade, vai além do olhar, do penalizar ou do se queixar. Serão vocês, com sua bagagem profissional, que nos aconselharão em diversas áreas. Que essa visão de mundo possa nos trazer novas ideias, críticas e parcerias. Juntos estabeleceremos metas engrandecendo, assim, a missão da nossa ASA. E na pontinha deste iceberg, estão nossos atendidos, nossas crianças, nossos jovens e idosos, se beneficiando do bem-estar físico, se lambuzando do saber  e se deleitando com o amor  e o carinho que recebem.  Como eles precisam disso! Sabemos todos sobre o nosso triste e sofrido país, com milhões de brasileiros totalmente a margem daquilo que chamamos de cidadania. São excluídos do mínimo necessário em relação à saúde e educação. Impera a pobreza do saber, do ser saudável, do morar com dignidade. Falta trabalho e recurso financeiro, mas, acima de tudo, falta-lhes oportunidade. Oportunidade de ser, de aprender e de saber, para então ter. Esta é a grande injustiça que nos angustia. Um dia, ouvi da tia Dag, minha amiga Dagmar Garroux, fundadora da ONG Casa do Zezinho, a seguinte narrativa: aqui, quando uma criança chega para se inscrever e a vejo atormentada, dou-lhe um banho, tiro-lhe os piolhos que fervem em sua cabeça, visto-a com roupas limpas e a faço comer. Neste momento, ela já passa a ter uma outra visão do mundo. Ela se transforma e se regozija de prazer. Em sua curta vida, ela nunca soube o que era viver sem ser infernizada por piolhos. Esta oportunidade de ter uma higiene tão básica não lhe havia sido apresentada. É um exemplo triste e real. Foi então que eu aprendi o verdadeiro significado do conceito exclusão. Para finalizar, peço a Deus que nos abençoe, que nos traga inspiração e sabedoria para enfrentar os obstáculos e desafios e que nos dê a fé eterna de que sim, podemos fazer um Brasil melhor.
Muito obrigada a todos.”

 

 

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