Data reforça a importância de trabalhar o presente para projetar novos futuros para crianças
Recentemente, o mês de agosto foi definido como o Mês da Primeira Infância pela Lei 14.617, que estabelece a realização de ações integradas para ampliar a conscientização em todos os setores da sociedade sobre a importância do período entre zero e seis anos de idade. Segundo o UNICEF, essa fase representa uma oportunidade insubstituível para o sucesso na escola primária e em etapas posteriores da vida. Isso acontece porque a educação proporciona múltiplas aprendizagens e é decisiva para que um indivíduo consiga melhores postos de trabalho, contribuindo também para o desenvolvimento econômico do seu país.
Na avaliação de Eliana Bhering, pesquisadora sênior da Fundação Carlos Chagas e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Brasil precisa superar muitos desafios para que todos tenham acesso ao desenvolvimento pleno na primeira infância.
“Manter a proposta brasileira para o ensino público com nível de qualidade excelente é ainda muito difícil. Atendemos uma população que vive em estado de vulnerabilidade, com pouco acesso à cultura, livros, transportes e vivendo em moradias precárias. É uma população que exige de nós uma atenção redobrada no sentido da inclusão e que os professores estejam muito bem preparados para lidar com a realidade brasileira”, afirma.
Para que crianças tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade durante os primeiros anos de vida, independentemente da sua condição social, ofertamos atendimento gratuito e integral a crianças de zero a quatro anos em diferentes regiões de São Paulo (SP).
Após assumir a gestão do CEI São Luis Gonzaga, expandimos nossa capacidade de atendimento e atualmente são mais de 1.000 vagas disponíveis ao ano em nossos seis Centros de Educação Infantil (CEIs) conveniados à Secretaria Municipal de Educação (SME).
“A creche é a porta de entrada para a escolarização e já temos indícios de que as crianças que desfrutam do serviço têm melhores resultados na alfabetização e na trajetória escolar do que aquelas que não frequentam. Se falamos da primeira infância como uma fase fundamental do país, quando não oferecemos vagas para todos, não ofertamos também as condições necessárias para um crescimento forte, saudável, confiante e com acesso a oportunidades”, explica Maria Eugênia Franco, coordenadora geral dos CEIs ASA.
Apesar da creche ser considerada etapa da educação básica, sendo um direito fundamental e dever constitucional, ela não é mandatória. O ingresso escolar passa a ser obrigatório por lei apenas para crianças a partir dos quatro e cinco anos, na pré-escola.
O projeto pedagógico das nossas creches segue as diretrizes da SME e é norteado pelo Currículo da Cidade, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Educação Infantil, Padrões básicos de qualidade na educação infantil e Orientações normativas de registros na educação infantil. O objetivo é assegurar o bem-estar e atender as necessidades e os interesses das crianças, assim como respeitar sua cultura e ampliar suas experiências, possibilitando que elas adquiram autonomia e façam descobertas sobre si e o mundo.
Na ASA, consideramos que as crianças são sujeitos autônomos e potentes e planejamos atividades que contemplam suas dimensões intelectual, social, emocional, física e cultural, o que aumenta seus repertórios nessas áreas e amplia sua percepção de si e do mundo.
Maria Eugênia também acrescenta que, além de trabalharmos com um currículo que estabelece diretrizes, pensamos em um lugar em que a criança se sintam acolhidas, não só pelos profissionais, mas que saibam que estão em um espaço seguro e feito para elas. “Após a adaptação, oferecemos muitas experiências, pois acreditamos que não é só nas relações com o outro que aprendemos, mas experimentando”.
As crianças participam de jogos, brincadeiras e outras atividades que exploram diferentes materiais e linguagens. Uma das nossas preocupações é ensiná-las a valorizar e cuidar do meio ambiente, por isso, sempre inserimos o cuidado da natureza na rotina dos CEIs.
Nossos educandos contribuem com a manutenção de nossas hortas e se dedicam a uma ação chamada Caixa da Natureza, criada pela instituição Ser Criança é Natural. Os alunos coletam itens como folhas ou galhos no ambiente dos CEIs que chamamos de “tesouros”. Em seguida, eles enviam a caixa para escolas de outros municípios, que fazem a mesma atividade. Além de proporcionar uma troca afetiva entre as crianças, a Caixa da Natureza estimula a curiosidade e o aprendizado de uma maneira leve e divertida.
Outro aspecto fundamental é a garantia de uma alimentação saudável, segura e acessível durante a primeira infância. De acordo com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, uma nutrição adequada impacta diretamente a saúde das crianças no presente e no futuro e é decisiva na prevenção de distúrbios nutricionais que interferem na saúde pública.
Em São Paulo (SP), o índice de crianças que nascem com menos de 2,5 quilos é de 9,5%. Segundo a Fundação, 5,6% das crianças de até cinco anos estão abaixo do peso esperado, enquanto 4,9% estão sob risco de obesidade. Ao proporcionarmos um cardápio equilibrado em nutrientes, colaboramos para o bem-estar físico e mental na primeira infância.
“A criança não está na creche para simplesmente ser cuidada. Hoje, ela é vista como um ser de direito que tem muito mais capacidade e potencial do que acreditávamos. Com a evolução do atendimento, as creches passaram a ter outra visão sobre o desenvolvimento da criança, fatores que impactam nesse processo, bem como o próprio significado do cuidar”, afirma a coordenadora geral dos CEIs da ASA.
No dia 5 de agosto, por orientação da SME, todas as nossas unidades educacionais realizaram o Sábado em Família. Foi um dia de sensibilização, acolhimento e apresentação das atividades desenvolvidas no primeiro semestre deste ano para familiares e responsáveis pelas crianças matriculadas nos CEIs.
Preparamos espaços e atividades para receber as famílias, discutimos a relevância da frequência escolar, apresentamos os dados relacionados ao tema da ASA como um todo e fizemos o levantamento de ações que podem ser colocadas em prática com o Conselho de Escolar e a comunidade no segundo semestre do ano. Também fizemos a entrega do relatório de acompanhamento e selecionados dados para dialogar com familiares e responsáveis sobre propostas para melhorar o desenvolvimento dos estudantes.
Além de fortalecer o vínculo entre nossas escolas, famílias e estudantes, a atividade contribuiu para valorizar nossas unidades e os profissionais envolvidos nesse processo. Pudemos refletir com familiares e responsáveis sobre o impacto da frequência no desenvolvimento e aprendizagem de cada bebê e criança, Além de orientá-los sobre estratégias que podem auxiliar na evolução dos estudantes. Essa é uma das formas de trabalharmos diferentes ações que asseguram o direito da criança.
Aproveite e clique aqui para conhecer mais sobre nossos projetos socioeducativos nos Centros de Educação Infantil (CEIs).
